sábado, 20 de outubro de 2012

(Escrevo.Sinto.Partilho): "Ensaio sobre o Amor. Cegueira sobre a Justiça"".


Quero acreditar que a justiça é prova cabal de que o amor é cego.
Consenso, procuro-o, perante olhares de suspeição. Compreendo a desconfiança. Ao escrever na primeira pessoa, torno-me o principal suspeito. Mas,  in dubio pro reo... Farei o que estiver ao meu alcance, farei força probatória do que afirmo, na esperança que seja pleníssima! Apresento-me como suspeito, traço o meu perfil, apresento o meu motivo, defendo-me perante a lei... da vida... do amor! Suspeito, investigador, advogado. Encarno, à medida que as peles se soltam do meu corpo. E renascem. E voltam a cair. Para que no fim, se prove que por muitas peles que caiam, a veracidade do sentimento se mantém intacta.
Caindo a pele do suspeito, abrem-se os poros ao investigador.
Perfilo-me como um banal rapaz, nos seus 20 e poucos anos, mas já com uma personalidade vincada. Capaz de tudo por aquilo que acredito. O amor é uma delas. Senão a capital. É esse o meu motivo para o crime, o amor que nutro por ti, a vítima.
Altura de analisar o modus operandi.
Aliciamento! Invasão de coração privado! Posse ilegal de amor! Assalto de coração desarmado. Sequestro. Tentativa de fazer do teu coração refém do meu. Mantive e mantenho, o meu refém do teu. Prometi e disse a verdade, só a verdade e nada mais do que a verdade. Por traços sinuosos, picos altos e baixos, passei no teste do polígrafo.
Reunidas todas as provas, cai mais um pedaço de pele. Avizinha-se o julgamento final. Sobra-me a pele de advogado, no calor da paixão. Defendi o que sinto com todas as minhas forças. Foi um longo caminho. Penoso? Não direi!
Proferi as minhas alegações finais, entreguei-me em jeito de confissão.
Cabe-te a ti julgar ou ser julgada...
Em primeira instância, caso queiras julgar, corro o risco de ser ilibado por instabilidade emocional e psicológica. Corro o risco de cumprir um pesada pena... na solitária solidão.
Em segunda instância, cabe-te a ti ser julgada... Com que fundamento? Basta seres minha cúmplice neste crime passional!
Ad eternum?

(Vejo.Sinto.Partilho): "A" U "B"!