sábado, 24 de novembro de 2012

(Escrevo.Sinto.Partilho): "Invergasmo".

"Aprecio o misticismo das noites invernais!
A ansiedade dos pés gélidos pela penetração no tórrido calor de umas pantufas.
O prazer da unicidade do toque de cada pingo de chuva no vidro de uma janela.
A vítrea perversão pelo compassado escorregar de cada gota, como se de uma dança erótica se tratasse.
O ar provocador com que as chamas de uma lareira estimulam e seduzem o olhar. A cumplicidade de um manto envolto num corpo. A devassidão no toque de uma mão com um curvilíneo copo de vinho. A satisfação pelo suave contacto do fumo de um cigarro nos lábios. A impressão de prolongamento das sensações, como se o tempo se expandisse em si mesmo.

Noites aquecidas pelo frio. Noites iluminadas pela escuridão. Noites ruidosas de tanto silêncio. Noites de reflexão. Noites de contemplação. Noites de imaginação. Noites de sedução. Noites de satisfação. Noites… de inverno".

GN, 2012.

1 comentário:

  1. Boas,

    belo post!
    Deves ter queda para "a coisa" o título e o post são um complemento perfeito.;)

    O meu melhor Invergasmo foi no covão cimeiro, eu e o por do sol.
    Não foi uma atitude muito inteligente pois ainda tinha de descer para o acampamento que na vertical eram cerca de 200 ou 300 metros.
    Foi um Invernasmo de 15 minutos e foi o meu melhor invernasmo.
    A juventude muitas vezes é inimiga do bom censo e para mim ficou o “postal” e a inconsciência.
    Correu bem, a descida correu bem…

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