quinta-feira, 10 de novembro de 2011

(Sinto.Escrevo): "Meio Vazio. Meio Cheio".

Uma estranha sensação. Um estranho sentimento. Dúbio. Ambíguo. Serei apenas um? Sim. Ou talvez não!? Clichés do coração. Provavelmente sem razão. Certamente repleto de emoção. Sinto-me preenchido. E ao mesmo tempo não. Vazio. Sinto o calor, o carinho, a presença. E mesmo assim sinto falta de algo mais. Quero. Preciso. Fico imóvel. Frio. Distante.
Sabor agridoce, este que me corre pelas veias... Sentir que faço parte da vida de outrem. Até mesmo, que consigo ser importante para alguém. E ao mesmo tempo para ninguém. Para um ninguém. Aquele ninguém. Meu bem. Que ao pensamento me vem... Mas não sai! E o meu coração! Como um copo inquebrável. Que cai! Mas não parte! Fractura. Fragmenta.
Entristece-me pensar no todo. No copo. No coração. Prestes a quebrar. A desconjuntar-se. A desfazer-se. Ela. Mas aquece-me pensar nas partes. Nas linhas que se formam pela queda, pela fragmentação. Do copo. Do coração. Nos pequenos fragmentos. Em cada um. Fazem-me lembrar crianças. As crianças que, de mãos dadas, todas juntas à volta da Terra, a mantêm unida. Estável. Preenchida. Eles.

Gonçalo Nunes, 2009.

Dedicado a uma grande (ex) paixão S.S.L.

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